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Leia o primeiro capítulo de Poe Dameron: Free Fall!

O novo livro Poe Dameron: Free Fall será lançado dia 4 de agosto nos Estados Unidos e contará a história de Poe antes de se juntar a Nova República. Leia uma parte do primeiro capitulo que a Disney-Lucasfilm Press disponibilizou para a IGN e nós traduzimos para você!

Star Wars: Poe Dameron – Free Fall (Queda Livre). Trecho do capítulo 1

“Waaahoooo!”

O grito surgiu dos lábios de Poe Dameron quando a A-wing girou para cima com um longo e doloroso estremecimento, a velha nave mal se esquivou do trio de naves da Força de Defesa Civil que se aproximavam.

“Não é bom, Poe, não é bom”, ele disse para si mesmo enquanto verificava a tela de sua nave. Total de quatro naves. Todas armadas. Todas provavelmente com raiva. Todas em melhor forma do que o velho pássaro de sua mãe. Não são grandes as probabilidades.

“E o que tem novo?” ele perguntou, um sorriso se formando em seu rosto.

Isso deveria ser divertido, ele disse a si mesmo – apenas um passeio rápido para soltar um pouco de fumaça. Mas ele foi além – mais alto – do que pretendia e, quando percebeu, estava na mira de outras pessoas.

Um estalo sinalizou uma mensagem de seus perseguidores. Poe ignorou. A voz rouca do homem cortou de qualquer maneira.

“Poe, esse é seu último aviso, filho”, disse Griffus Pinter, um dos amigos mais próximos de seu pai e um dos pilares da Força de Defesa do sistema Yavin. Poe podia visualizar a expressão do homem mais velho, a barba grisalha tremendo levemente com cada palavra alimentada pela raiva. “Eu não quero ter que abater você.”

Poe hesitou por um segundo, sua mão pairando sobre os controles da nave. Mesmo aos dezesseis anos, Poe estava maduro o suficiente para reconhecer um ponto de virada quando alcançasse um. Ele poderia desistir, se render… Tomar outro tapa no pulso. Ele enfrentaria a ira de seu pai novamente, com certeza, mas mesmo aquele desprezo era finito. Seria outro incidente em uma longa fila de incidentes rebeldes para Poe desde, bem, desde oito anos antes.

A A-wing virou para baixo, como se estivesse indo em direção à lua, o movimento repentino pressionando a nave antiga – como evidenciado pelos sons que Poe nunca ouvira. Griffus parecia igualmente horrorizado. Os palavrões que pularam do comunicador foram quase musicais – uma coleção de palavras que Poe mal poderia imaginar em seus momentos mais criativos.

Tudo começou como uma brincadeira. Uma brincadeira alimentada pela raiva, se Poe estava sendo honesto consigo mesmo. A discussão com o pai havia atingido as mesmas notas que as anteriores. A menor sugestão de Poe se tornar um piloto – de deixar Yavin 4 e seguir os passos de sua mãe, Shara Bey – foi recebida com uma rejeição imediata. Uma centelha de emoção que Poe só viu em seu pai em momentos como esse. O resto do tempo, Kes Dameron era sombrio, isolado e distante. Desta vez, palavras duras foram trocadas. Poe foi lembrado de sua inexperiência e juventude. Lágrimas. Gritos. Portas batendo e um cânion crescendo entre os dois homens Dameron.

Entrar na A-wing foi uma fuga rápida. Um lugar para se esconder e pensar. O cheiro e a sensação da nave de sua mãe serviram como o último santuário de sua memória. Um lugar final onde Poe poderia se comunicar com uma mulher que ainda deveria estar por perto. Ainda deveria estar em casa quando ele chegava tarde, esperando com uma xícara quente de chá Tarine nas mãos desgastadas pelo trabalho, um sorriso reconfortante no rosto.

“Nós precisamos conversar, Poe?” ela perguntava naqueles momentos imaginários, naquelas cenas que ainda pareciam reais demais. Machucavam demais.

Antes que ele percebesse, ele estava apertando os interruptores e levando a nave para fora. Naquele momento, a mente de Poe voltou para o mesmo cockpit, a mesma A-wing , oito anos antes – para sua mãe, a mão dela sobre a dele, guiando-o. Ela costumava tirá-las de vez em quando. Ela queria que Poe aprendesse, contaria ao pai de Poe, Kes, quando ele protestasse. Quem melhor para ensiná-lo? A nave girou, suas cabeças batendo uma na outra enquanto ela ria – aquela risada clara e forte. Confiante e caloroso – como tudo o que sua mãe fazia. Poe sabia, mesmo então, Shara Bey era uma heroína. Talvez ele não soubesse que ela era uma heroína da rebelião, das forças que se uniriam para criar a Nova República, mas ela era uma heroína para ele. Uma luz para a qual ele sempre foi atraído, uma fonte da qual ele extraiu força.

E ela se fora.

Sua mente foi puxada de volta ao presente, os gritos alimentados por estática de Griffus substituídos por uma voz mais clara. Ameaçadora. Desconhecida.

A frase foi breve, mas sua mensagem era muito, muito clara.

“Abrir fogo.”


Os dois primeiros foram tiros de aviso. Poe, apesar de sua inexperiência em batalhas espaciais, sabia o suficiente. “Você diz a eles o que está fazendo, a cada passo”, dissera a mãe. “Se você deseja que o conflito desescale, você precisa dar a eles toda chance de fazerem isso por você.”

Mas o terceiro tiro foi forte, fazendo a A-Wing rodopiar. A nave começou a girar e os controles tremeluziram.

“Uh, acho que nós o pegamos-“

“Não, caramba, não”, disse outra voz. “Mude de curso imediatamente. Temos que recuperar …

Então o comunicador ficou morto. Um silêncio sinistro permeava o cockpit apertado da A-wing, substituindo o barulho. A pele de Poe ficou fria quando ele tentou recuperar algum tipo de equilíbrio.

A voz do oficial da Força de Defesa estava nervosa. Alguém tinha se excedido. Disparado com a intenção errada. Um assobio – um compartimento rompeu, algo deu errado – encheu os ouvidos de Poe quando sua cabeça bateu para trás, um ruído alto se deu após uma fração de segundo depois. Os giros não podiam mais ser contados – era uma rotação constante quando a nave girava para baixo, o controle exibia um cinza silenciado.

Poe tentou manter os olhos abertos. Tentou se concentrar no que ele poderia fazer. A nave não estava morta – não poderia estar. Era a nave de sua mãe. Tinha sido sua fiel parceira em mais missões rebeldes do que Poe poderia imaginar. Shara Bey da rebelião. Heroína da batalha de Endor. Amigo da princesa Leia Organa e do cavaleiro Jedi Luke Skywalker.

Mãe.

À medida que a pressão aumentava, quando a nave se desmoronou ao seu redor, a mente de Poe foi para a fazenda. Seus olhos reviraram nas órbitas, sua mente sobrecarregada com a vertigem quando a wing trêmula ganhou velocidade, impulsionando a atmosfera da lua Yavin. Hey, estava indo para casa.

“Sinto muito, pai”, disse Poe, sua voz sussurrou. “Mamãe.”

Tradução: Sociedade Jedi.
Não há confirmação se Free Fall será lançado em português.

theofairbanks

Paulistano, atualmente moro em São José dos Campos, sou fã da saga desde 2002, mas quando entrei para o grupo no Facebook Star Wars em 2014 meu mundo se abriu para um imenso universo de outros Fãs, discussões e amizades. Estou na Sociedade Jedi desde o seu inicio, e tento trazer noticias comparações, e projetos mais alternativos de interação com os leitores.