Episódio V - O Império Contra-AtacaResenha | FilmesResenhas

Resenha | O Império Contra-Ataca

O Império Contra-Ataca não é considerado apenas o melhor filme de Star Wars, mas também um dos melhores filmes de todos os tempos, conforme conta a história. O primeiro filme de Star Wars que eu assisti no cinema com o meu pai foi Retorno de Jedi, mas eu finalmente fui atrás e assisti aos outros dois e fiquei muito fã do segundo filme. A primeira fita VHS que eu comprei com meu próprio dinheiro foi ESB, momentos emotivos que tornaram a obra memorável.

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A necessidade de uma sequela do enorme sucesso que foi Star Wars fez George Lucas financiar o segundo filme com seu próprio dinheiro, que claro, foi um risco enorme, mas a força estava forte com este filme, e também se tornou um grande sucesso de bilheteria. O tom da história mudou para um filme muito mais sombrio, com foco na filosofia e poder da força. Enquanto o episódio IV se citava a força, aqui temos a prática dela.

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Isso também foi um grande risco, mas a salvação de um roteiro escrito por Lawrence Kasdan (que também escreveu O Despertar da Força com JJ Abrams) e a direção de Irvin Kershner, separa este filme dos demais como a melhor parceria para Star Wars: Lucas produz e escreve, Lasdan roteiriza e um diretor velha guarda dirige.

A cinematografia frui de maneira agradável, e o ritmo faz 2 horas de filme voar por conta de diferentes locais que tornaram possível que o universo de Star Wars se expandisse em novos sistemas estelares e planetas exóticos. Yoda nos é apresentado como um dos maiores mestres Jedi de todos os tempos; Boba Fett, o maior caçador de recompensas tem nesta tragédia seu tom de ameaça revelado junto a algum passado inexplicado com Han Solo, o Imperador finalmente mostra sua face como a tirania mais temida da galáxia; Solo traumatiza as infâncias ao cair congelado em carbonita num simples teste de Vader e Calrissian, primeiro dono da Millenniun Falcon, é inserido de maneira não muito agradável.

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O aprofundamento dos personagens conhecidos como Darth Vader, Luke, Han, e Leia são os motivos que tornam este filme especial para tantas pessoas que o classificam como a melhor obra da saga, suas lutas, suas afetividades, seus segredos, tudo dosado de forma linear e progressiva com conivência ao painel desta “tragédia grega”. Vader não tinha mais que responder para ninguém, sobra até planos para sobrepujar o Imperador, nos lembrando sua sede de poder explorado nas prequelas e matava qualquer coisa em seu caminho, incluindo seus próprios imperiais. O vilão Vader nunca foi mais ameaçador.

Em contrapartida, Luke procura aprender os poderes do lado da luz da força num estranho pântano que intrigou muitas infâncias pelo mundo. Seu fracasso premeditado na caverna havia me confundido quando criança, mas a alegoria ficou clara quando ele enfrentou Vader, um dos momentos que mais acompanham o amadurecimento da compreensão quando crescemos.

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É aqui que temos um dos grandes momentos da história do cinema: a grande virada narrativa homenageada tantas vezes por inúmeros filmes em se revelar que Vader era o pai de Luke foi um detalhe grandioso desperdiçado para os que já sabiam do parentesco. Sorte das crianças que conseguem conhecer a obra com um segredo desses. Eu sempre soube, mas não perdeu quase nada do drama quando vi a cena pela primeira vez. O herói encurralado tendo que escolher entre se juntar ao seu pai ou morrer, Luke se solta e cai nas entranhas de Cloud City. Sim, crianças, ele se jogou. Ele não gritou na caída. Ele pensou que ia morrer. Tio George acrescentou isso para o lançamento do DVD mais tarde para que o painel dramático fosse pleno.

Han Solo é meu personagem favorito de Star Wars, e ele tem as melhores linhas neste filme para ser explorado. Sua interação com Luke, Leia, e até mesmo Vader solidifica ele como o mais amável, badass contrabandista na galáxia, coisa rara em filmes de mocinhos contra bandido. Vemos Leia se tornar um líder forte, mas também mostrando o seu lado vulnerável. Como Yoda disse: “…there is another Skywalker.”, e vemos ela desenvolver sua sensibilidade à força para ajudar seu irmão, momento que poucos lembram como solidificação entre irmãos que tem o dom da força. Claro, você não pode falar sobre este grande filme sem mencionar a trilha sonora.

Um dos temas mais marcantes de todos os tempos foi the Imperial March/Darth Vader’s Theme de John Williams que é exibida pela primeira vez. Lucas teve um pesadelo após uma noite doente e no seu sonho ele pensou na música. Contou a Williams do sonho e o mestre musical a personificou para a eternidade. Lembro quando relançaram as trilhas sonoras remasterizadas da trilogia original. Eu comprei o da Marcha Imperial. Foi um CD em forma de capacete de Vader. Eu tive arrepios, ouvindo isso com esse tipo de qualidade pela primeira vez. Será um dia triste quando esse grande mestre torna-se um com a força, mas espero que a equipe da LFL contrate grandes compositores para continuar seu legado, afinal, grande responsabilidade narrativa em Star Wars, sempre esteve dividida com as trilhas marcantes de John Williams.

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O final do filme, de acordo com cinéfilos quando foi lançado, animou, chocou, e deixou os espectadores ansiosos e querendo mais. Um dos maiores cliffhangers de todos os tempos antes de existir a internet e Netflix ou qualquer obra que te deixasse mais de um ano esperando a conclusão… eles tiveram que esperar 3 anos para ROTJ fechar com chave de ouro suas expectativas. As pessoas estavam tão animadas e o fandom ficou tão fanático para obter informações sobre a produção do próximo filme, que a LFL teve que mudar o título provisório de ROTJ para Blue Harvest para enganar os fãs, mas isso é algo para o próximo episódio…

Texto especial de Carlos Adrian Diaz com colaboração de Vebis Jr.

Vebis Jr

Professor/produtor/pesquisador/podcaster em Cinema. Velho anarco punk rocker! https://twitter.com/Vebisjunior