Episódio VII - O Despertar da Força

Como foram construídos os aliens de ‘O Despertar da Força’?

O universo Star Wars é um poço de personagens de raças das mais diferentes aparências. Para trazê-los para O Despertar da Força, JJ Abrams chamou Neal Scanlan, o chefe de efeitos práticos, que inclui em seu currículo um Oscar por Babe, o Porquinho Atrapalhado e o filme de 2012 Prometheus.

Eu estava aposentado. Então, eu recebi uma ligação de telefone…“, diz Scanlan. Sob sua direção, a oficina da Pinewood Studios construiu mais de 100 personagens para O Despertar da Força, uma combinação de velhos favoritos, novas espécies e droides. “Há pelo menos 4 ou 5 personagens totalmente feitos com próteses. Há combinações de elementos de próteses e mecânica animatrônica“, ele explica. “Então, você tem os personagens físicos — eles podem ser simplesmente uma pessoa em traje com uma cabeça animatrônica ou criaturas que necessitam de 5 ou 6 pessoas dentro.

P50
Disney/Lucasfilm

O foco nos efeitos práticos foi uma das principais ideias de Abrams para o filme. “O feeling disso era que nós queríamos voltar e encontrar o DNA dos filmes originais“, diz Scanlan. “Ralph McQuarrie, Joe Johnston, este tipo de pessoa definiu um visual, e foi muito importante em minha opinião, mais do que alguém tentar e identificar o que faz um personagem de Star Wars um personagem de Star Wars.” Scanlan visitou o arquivo da Lucasfilm para consultar os designs da trilogia original, “para compreender realmente como aqueles personagens e fantoches originais foram feitos.

Cada criatura começa como uma maquete de argila, cujos designers de próteses escaneiam em 3D. Desse modo, engenheiros podem projetar simultaneamente e construir as animatrônicas internas, e fabricar partes usando técnicas como impressão 3D – um avanço em relação aos métodos manuais usados na trilogia original.

P51
Disney/Lucasfilm

Até mesmo personagens que acabarão sendo renderizados em CGI [sigla em inglês para Computer Graphic Imagery. Em português, imagem gerada em computador] começam na oficina do Scanlan. “Maz [Kanata, interpretada por Lupita Nyong’o], por exemplo, é uma personagem que é completamente digital. Nós a projetamos com JJ, então esculpimos e a criamos como algo do mundo real em tamanho completo, trabalhando em como ela se moveria, tudo no mundo real. Então, nós passamos para o digital.

As criações da oficina de criaturas poderiam, então, serem retocadas digitalmente pelos artistas de efeitos visuais na Industrial Light & Magic. “Por exemplo, BB-8 foi comandado em algumas sequências“, diz Scanlan. “Isso nunca teria sido possível sem alguns belos truques de ótica no passado. Agora, nós podemos confiar no digital para limpar da cena as partes que você não quer.

P52
Disney/Lucasfilm

O objetivo principal, ele diz, não é fazer os elementos práticos de O Despertar da Força pareçam CGI — mas o oposto. “Uma das coisas que JJ estava muito entusiasmado em fazer, e todos nós estávamos, era fazer o CG parecer como animatrônico“, diz Scanlan. “Nós queríamos dizer: OK, quais as qualidades de um fantoche prático, que precisamos ser capazes de colocar em um personagem digital? Tem sido feito um grande esforço para fazer aqueles personagens parte de um mundo real, e desenhar aquelas texturas, reflexos, etc, de uma forma que personagens do passado não fizeram.

A combinação de CGI e efeitos práticos, diz ele, leva a algo muito maior: às infinitas possibilidades de CGI com o realismo tátil do universo de Lucas. “Eu acho que a parceria irá trazer novos campos realmente interessantes para a computação gráfica“, ele diz. Embora ele tivesse se aposentado, ele não está planejando pendurar as luvas tão cedo, e a oficina já está em trabalho para Episódio VIII e além. “O que JJ começou, eu espero, é o começo de coisas animadoras.

Star Wars: O Despertar da Força chega aos cinemas no próximo mês.

Fonte: Wired

Paulo Rabelo

Aracajuano, fã de Star Wars desde quando assistia The Clone Wars na Globo. Um dos fundadores da Sociedade Jedi, trago notícias, curiosidades e resenhas sobre a nossa amada saga.