Crônicas do Vos

A Trilogia Prequela merece seu lugar ao sol

Quando escrevi por aqui a primeira “Crônica de Vos”, sobre a Overdose de Star Wars que estamos enfrentando, um comentário do artigo me chamou muito a atenção. Quando eu disse no artigo que não gostava da Trilogia Prequela (Episódio I, II e III), aliás o termo prequela é horrível, uma leitora comentou que não suportava esse modismo de dizerem que esta Trilogia é ruim e não presta.

Isso me chamou a atenção por dois pontos, o primeiro por não ser modismo da minha parte, desde que assisti Episódio I eu falo isso, que não gostei. E o segundo ponto, é que eu disse que não gostei desta Trilogia, mas em momento algum disse que a mesma não prestava. É uma simples questão de gosto, quando eu fui apresentado a Star Wars, ainda um gurizinho, foi a Trilogia Clássica e foi amor a primeira vista, essa Trilogia permeou meu crescimento e evolução, e quando vi a Trilogia Prequela, infelizmente, ela não satisfez em alguns pontos minha expectativa, e por isso eu não gostei dela tanto quanto gosto da Trilogia Clássica. E por isso escolhi como tema desta crônica destacar os pontos que fazem esta Trilogia ganhar seu lugar ao sol, e merecer estar nos corações dos fãs de Star Wars.

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É um fato, os trabalhos de George Lucas aqui ajudam a melhorar Star Wars em vários pontos chaves específicos, seja reforçando conceitos chaves da saga ou personagens, e às vezes parecem que não conseguem superar as deficiências, mas estão lá pra provar que há valor.

Quando a história começa em Episódio I: A Ameaça Fantasma, a galáxia está em paz, graças ao controle da Velha República e dos Jedi. Mas é aqui que propriamente a “Guerra” começa, com essa frágil tranquilidade sendo destruída na batalha de Naboo, claro que é só uma batalha que é facilmente contida ali.

Mas é a partir desta batalha e deste evento que começa-se as maquinações do Lado Negro e começa uma guerra que toma conta de toda a galáxia, e mostra como foi que chegamos ao estado de guerra civil na Trilogia Clássica.

E claro é aqui que começa a mostrar como a família Skywalker está altamente ligada à estes eventos, começa com a participação de Anakin nas Guerras Clonicas e vai culminar em Luke enfrentando Palpatine. O Retorno de Jedi tem um significado muito maior se levarmos em consideração os eventos de Episódio I, II e III.

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A arte de Ralph McQuarrie é brilhante na trilogia Clássica – seja do R2-D2 até Bespin – e juntando-se a arte que conseguiu ser criada nas prequelas, fazendo a visão dele ainda mais impressionante, serviu ainda para mostrar que essa Galáxia é espetacular. Especialmente quando olhamos para os planetas exóticos que conseguiu-se criar e nos mostrar que isso é Star Wars.

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E é justamente aqui é que os Episódios I, II e III se destacam. E tudo que vemos na trilogia clássica é tocado nestes três filmes, qualquer personagem de destaque da trilogia clássica fez uma aparição na trilogia Prequela.

Sem contar o tanto que ele expande a galáxia de Star Wars em muito, pois na trilogia clássica cada filme passa por três ou quatro locações no máximo, a trilogia Prequela estende os três filmes para 12 mundos diferentes, mostrando a visão de George Lucas para o Universo de Star Wars.

Outro ponto de muito destaque, é que eles finalmente mostraram algo que o Universo Expandido falava, mas nunca se aprofundava por ordem do próprio criador, a Guerra do Clones. Aqui vemos como foi que ela começou e terminou, e como o Imperador usou isso para se tornar o Imperador e dizimar os Jedi.

E é neste mesmo cenário que incluímos todo o cenário político de Star Wars, a Trilogia Clássica tem pouco tempo para falar e passar de política, e já na Prequela você tem isso com força, mostrando todas as maquinações do Palpatine para levar os Sith ao poder, derrubar os Jedi e fundar o Império.

E com isso começa a aprofundar um pouco mais sobre os Sith. Em A Ameaça Fantasma você já vislumbra como é a composição do relacionamento dos Sith, como é que eles funcionam diferente do que estávamos acostumados com Vader e Palpatine. Aqui vemos como eles usam os fins para justificar os meios.

É nesta trilogia que temos a afirmação de quem é Anakin Skywalker e o que motivou ele a se tornar Darth Vader. E agora Vader, não é só o vilão, ele tem realmente uma história que conhecemos, e devemos isso à trilogia Prequela, que nos mostrou a sua infância, seu crescimento e suas angustias.

A morte do Imperador Palpatine, e a redenção de Anakin Skywalker fazem o final climático da Trilogia Clássica, mas agora, graças a Trilogia Prequela, entendemos como isso é a resolução da profecia do Escolhido. Anakin é creditado como aquele que irá destruir os Sith e restaurar o balanço da Força, mas na metade da saga ele é corrompido e subvertido ao mal que ele deveria eliminar. Seu filho, Luke – acaba por assumir a responsabilidade de restaurar a Ordem Jedi – se tornar a última esperança da Luz, e ajuda a trazer seu pai de volta para cumprir a profecia.

Sem contar que com a trilogia Prequela realmente temos uma visão de como era um treinamento Jedi, como era a relação de Mestre e Padawan, como funcionava o Conselho Jedi propriamente dito. Como eram as coisas no Templo Jedi. Como funcionava a hierarquia dos Jedi.

Então, quando eu digo que não gosto dos filmes, é porque tem coisas ali que não me agradam, e não porque eles não são importantes para Star Wars. Ao contrário, essa trilogia é parte da essência de Star Wars e merece seu lugar de respeito e ao sol.