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Artigo | As mulheres que não precisam ser salvas.

Estamos na década de 70, a participação das mulheres na sociedade se limita a basicamente uma coisa: serem donas de casa. Alguns movimentos feministas já estão ganhando força nos Estados Unidos. As mulheres não aceitam mais estar à margem da sociedade. Surge então, em um dos primeiros Blockbusters da história, uma forte personagem feminina.

Logo nas primeiras cenas da saga Star Wars, somos apresentados à uma princesa. Se parássemos de assistir o filme nos seus primeiros minutos, seria fácil chegar a uma conclusão sobre a personalidade dessa menina: mais uma princesa convencional, frágil e indefesa. Mas Star Wars sempre nos surpreende!

Essa “frágil” menina não se mostra nada frágil, e mesmo presa ela é capaz de desafiar Vader, Tarkin e se o Imperador estivesse naquela nave, ela também o ameaçaria.

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Vemos nas cenas seguintes dois homens indo ao seu resgate, porem quem acaba “salvando o dia” não é o time dos meninos, mas sim a menina. Seu ato heróico ainda é coroado com uma das frases mais icónicas de toda a Saga; Alguém teve que salvar nossa pele.

E esse é só o começo! Durante os três filmes, vemos uma mulher segura de si, que não precisa se moldar ao interesse de terceiros. Ela faz as próprias regras!

Então, chegamos ao ponto crítico da jornada da princesa. Nossa heroína está acorrentada, escravizada e até mesmo vulgarizada. Será que estamos vendo esse símbolo de força e confiança perecer

Com certeza, Não! Com a mesma corrente que a aprisiona, a princesa mata o seu “senhor”! Esse talvez seja um dos momentos mais representativos da história dessa personagem. Ela não vai se submeter! Ela é forte e valente. Ela é Mulher!

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Trinta anos mais tarde, DESPERTA uma nova integrante desse grupo. Diferente de sua antecessora, ela está longe de ser uma princesa. Mas essa, é a única característica que difere Rey de Leia.

A sucateira cresceu sozinha, independente, enfrentou a solidão, a saudade de um lar desconhecido e a ausência de amor. Ela tinha tudo para ser  individualista e rancorosa, porém Rey não é assim. Ela é boa! Valoriza a vida ao ponto de recusar comida, o bem mais precioso de seu planeta sucateado, para salvar a pele (mesmo que de metal) de um Droid.

Rey, assim como Leia, não precisa ser salva. Quem não se deliciou ao ver a independência da personagem nas várias vezes que falou para Finn “Largue a minha mão!” ?

Ela não precisa de ninguém para traçar seu caminho, ela mesmo faz isso. E assim como Leia, quando aprisionada, ela não se intimida. As correntes de Leia deram lugar aos truques da mente de Rey. E com a arma que a reprime ela se liberta e sem ajuda, consegue escapar.

Dois filmes ainda estão por vir, e vemos o legado das Mulheres que não precisam ser salvas, sendo muito bem representado.

Tudo indica que em Dezembro teremos mais uma integrante desse movimento. Honre esse legado Jin Erso! Ele é muito importante!