Games

“Knights of the Old Republic I” – 15 anos de história!

É isso, meus amigos! No dia 15 de Julho, “Knights of the Old Republic I”, ou comumente mais conhecido como KOTOR I, fez 15 anos de história! Querido pela grande parte do Fandom, o jogo tem uma das melhores narrativas não só de Star Wars, mas do mundo dos games.
Na década de 90, já estávamos tendo HQs da Velha República, mas foi KOTOR que fez todos a amarem incondicionalmente! Os eventos do jogo se passam em 3.956 ABY, e contam a história da Guerra Civil Jedi, onde os Sith Darth Revan e Darth Malak provocaram uma guerra contra a República e contra a Ordem Jedi. No jogo, também nos são apresentadas, através de diálogos, as Guerras Mandalorianas, que, sem dúvidas, é um dos maiores eventos da cronologia de SW. Nos é apresentado uma variedade de personagens novos, com histórias únicas; e claro que estamos falando, principalmente, de Revan! Um dos personagens mais amados de todos os tempos.
O roteirista-chefe do jogo, Drew Karpyshyn, foi responsável por tê-lo criado, e devemos muito a ele, hehe. Drew também foi responsável por escrever a Trilogia Bane, na qual conta a história de Darth Bane e sua trajetória pelos Sith; além de ter trabalhado com “Mass Effect” e “Star Wars: The Old Republic”.
Além de ter uma das melhores narrativas, o jogo tem um dos melhores roteiros e execuções da história dos games; além de ter um plot twist totalmente foda e bem manejado!
(SPOILERS DA NARRATIVA A SEGUIR)
O jogo é um RPG puro, que se encaixou muito bem no game. A trama começa quando criamos nosso personagem, sendo homem ou mulher, e acordamos numa nave em meio a um ataque Sith, por que à bordo de sua nave (A Endor Spire), está Bastila Shan, uma Jedi Sentinela que era a principal arma da Ordem Jedi, por conta de sua meditação de batalha (uma habilidade muito difícil de dominar, e que era devastadora para as tropas Sith).
Acabamos acordando no meio do ataque, e Trask (um soldado da República) nos ajuda a chegar até a ponte para encontrar Bastila. A nave acaba sendo invadida, e o soldado some quando tem que enfrentar um Sith.
Nós, jogadores, precisamos então abandonar a nave. Bastila pega um pod de fuga e cai no planeta Taris; e nós fugimos no último pod, juntos de Carth Onasi (um oficial da República), e a Endar acaba sendo destruída.
Após um desmaio, acordamos num apartamento em Taris e Carth nos explica a situação; de que o planeta está em bloqueio Sith, por conta de Bastila. Então precisamos encontrá-la. O jogo conta também com várias quests, as missões secundárias, o que dá ao jogo narrativas a mais, além de XP e novos itens. O jogo também conta com o sistema de escolhas, afetando o rumo do jogo a cada escolha nosa, assim como nosso alinhamento entre Light Side/Dark Side, com escolhas boas ou ruins.
Após uma sucessão de eventos, resgatamos Bastila, que estava presa pelos Black Vulkars; uma gangue de swoop de Taris. Taris é totalmente dividida na sua população. Os mais ricos, e geralmente, humanos, ficam na superfície, nos prédios. Na Lower City, ficam os pobres; tendo que lidar com as gangues de swoop, e a Undercity é o pior lugar. Para lá, vão os que infringiram a lei, sem ver a luz do sol e tendo que enfrentar os Rakghouls (Bestas mortais que infectam com o vírus Rakghoul, transforma em um Rakghoul quem for exposto às mordidas).
Participamos também da corrida das gangues de swoop, representando a pacífica gangue dos Hidden Beks, rivais dos Black Vulkars, e recuperando Bastila, que era o prêmio da corrida.
Após a salvarmos, bolamos um plano para passar pelo bloqueio Sith em Taris. Malak havia ordenado a ocupação e bloqueio por conta de Bastila ter caído lá. Nessa época, Malak era o comandante do Império Sith, e Lorde Sombrio dos Sith. Um tempo antes, ele havia, supostamente, matado Revan. Revan estava em seu Destroyer e Malak no seu; quando Bastila e um grupo de assalto Jedi haviam invadido o Destroyer de Revan. Queriam capturá-lo vivo, e então entraram em combate com ele. Durante a luta entre Bastila e Revan, Malak viu a oportunidade perfeita apresentada: Com um tiro apenas, ele mataria o Lorde Sombrio dos Sith e a arma principal da Ordem Jedi. Nisso, ele atira no Destroyer de Revan; se auto-proclama Lorde Sombrio dos Sith e foge. O aprendiz matou o Mestre, como sempre deveria ser feito. Antes disso, eles foram guerreiros Revanchistas nas Guerras Mandalorianas; e após o término dela, sumiram, um ano depois, voltaram desvirtuados, como Darth Revan e Darth Malak. Desde então, Malak era o Lorde Sombrio e Revan estava morto.
Após você conhecermos Canderous (um Mandaloriano), ele bola um plano para nos infiltrarmos na base Sith de Taris para pegar os códigos e fugir do planeta; e ele garantiria a nave de Davik (o rei do crime de Taris), a Ebon Hawk: a nave mais rápida da Orla Exterior. Então, com os códigos e a nave prontos, nós e nosso grupo, que inclui Bastila, Carth, Canderous, T3, Zaalbar e Mission (3 companions que conseguimos em Taris), fugimos de Taris, bem no momento em que Malak decide bombardear o planeta e perde a paciência de encontrar Bastila. Porém, o grupo consegue fugir; e vai para Dantooine, onde havia um Enclave Jedi.
Chegando lá, Bastila explica ao Conselho sobre a situação do seu personagem (enquanto estavam em Taris, Bastila dizia que tínhamos uma conexão forte com a Força, por ter visões de Revan e Bastila), e que quer nos treinar nos caminhos da Força. O conselho então decide que deveríamos ser treinados nas artes Jedi.
Após completarmos uma série de tarefas, o Conselho nos manda, como última tarefa para alcançar o nível de Padawan, remover a “mancha” que estava no bosque negro de Dantooine, que estava fazendo os Kath Rounds e os animais ficarem loucos. Chegando lá, eles vêem que era uma Dark Jedi. Juhani. Lutamos com ela, e temos a opção de redimi-la ou matá-la. Se a redimir (modo canônico), ela volta para a Ordem Jedi e você é elevado ao grau de Padawan.
Após essa missão, o Conselho te manda para umas ruínas em Dantooine, para investigar o que são, pois podem ter ligação com Revan e Malak. Descobrimos lá sobre a Star Forge e o Império Infinito. A Star Forge era uma fábrica criada pelo Império Infinito; pelos até então identificados como “Os Construtores”. Lá, encontramos a parte de um mapa que leva até a Star Forge. Quando voltamos ao conselho para relatar sobre isso, eles dizem que Revan e Malak podem ter usado a Star Forge para seu Império, já que era uma fábrica.
O Conselho nos dá a missão de encontrar todos os mapas que levam até a Star Forge para destruí-la, já que parecia ser a fonte do poder do Império de Malak. Os planetas que mostravam onde os outros pedaços do mapa estavam eram: Tatooine, Manaan, Korriban e Kashyyyk.
Ao longo das aventuras pelos quatro planetas atrás dos mapas, há imensas quests e personagens que aparecem; além de conseguirmos mais dois companions: HK-47 (um droide) e Jolee Bindo (um ex-Jedi).
Após uma imensa sucessão de eventos, quando estamos indo para o 4º planeta (a ordem é de acordo com a que você quiser), Malak acaba nos capturando e levando a bordo do Levhiatan (seu Cruiser), junto com sua equipe. Quando estavam sendo puxados pelo raio trator, já estamos bolando um plano de fuga com nossa equipe. Após sermos capturados, somos interrogados pelo Almirante Saul Karath, um antigo almirante da República, mas quando Revan e Malak montaram o Império Sith, ele mudou de lado. Saul nos interroga junto com Bastila e Carth, que tinha um ódio profundo por Karath ter sido seu mentor na República e ter mudado de lado. Saul diz que Malak estava ansioso para nos ver, dada as circunstâncias de quem éramos; e ficamos sem entender, pois estamos apenas na pele de um personagem anônimo.
Após o restante da equipe conseguir se libertar, eles nos salvam e fogem, se espalhando em dois grupos. Carth, Bastila e nós estamos indo até a ponte de comando para matar Karath. Quando Karath morre, Carth chega no ouvido dele e Saul sussurra algo no ouvido dele antes de morrer. Carth rapidamente se levanta espantado e se vira para Bastila perguntando se era verdade. Ela pede para Carth não contar, mas quando eles fugissem dali, ela contaria tudo. Mais uma vez, ficamos sem entender, e então os três estão fugindo do Cruiser, quando de repente, Malak aparece (ele estava em outro sistema e estava vindo para o Levhiatan). Nós lutamos brevemente com Malak, quando ele para e começa a revelar e dizer coisas que nos deixam confuso. Então é revelado o plot twist do jogo: somos Revan, ou melhor: jogamos com ele como personagem.
Nisso, uma cutscene é mostrada, contextualizando coisas que foram ditas ao longo do jogo, que constroem essa revelação, e que nós nem havíamos percebido.
Bastila revela ali que, após o ataque de Malak ao Destroyer de Revan, ele havia sobrevivido, por que ela o manteve vivo através da Força, e nisso, formou um Force Bond com ela (isso explica o fato de termos formado um Force Bond com Bastila). E então, ela nos leva para a Ordem Jedi, e eles apagam a memória de Lorde Sith do Revan, dando a ele uma nova identidade, de um soldado da República; colocando-o no esquadrão de Bastila, para que ela o vigie.
Então, Bastila decide lutar com Malak, e manda Revan e Carth fugirem. Eles entram à bordo da Ebon Hawk e fogem, deixando Bastila e Malak para trás. Nós (Revan) contamos ao resto da equipe sobre a revelação, e todos ficam do nosso lado, já que dizemos que não somos mais um Lorde Sith e que nos redimimos (canonicamente). Na discussão, HK revela que havia conseguido acessar o núcleo de memória dele (ele não conseguia acessar a memória e seus registros), e descobriu que foi construído por Revan, sendo assim, nós éramos seu criador.
Após uma outra sucessão grande de eventos envolvendo o 4º planeta, Revan e sua equipe conseguem todos os mapas que levam à Star Forge, e vão até ela, localizada no sistema Rakata Prime. Ela ficava na órbita do planeta principal do sistema, Lehon, ou também chamado de Unknown World e Rakata. Lá, a Ebon acaba caindo em Lehon, por conta da Star Forge ter um escudo que impedia a entrada se não solicitassem a baixa dos escudos. Em Lehon, eles descobrem os Rakata, que eram os criadores da Star Forge e do Império Infinito; sendo assim, eram os chamados “Construtores”. Eles falam para Revan que da última vez que ele esteve lá, enganou os Rakatas e roubou a Star Forge. Os Rakata contam a história do Império Infinito que Revan já havia aprendido quando foi lá pela primeira vez, mas já que sua memória havia sido apagada, aprendeu de novo. Os Rakatas remanescentes da queda do Império Infinito tinham vergonha desse passado dos ancestrais deles, e queriam destruir esse legado para serem aceitos novamente na civilização. Revan havia prometido que destruiria a Star Forge na primeira vez que fora lá, mas ele a roubou. Agora, ele estava disposto a destruí-la mesmo.
Havia duas tribos de Rakatas em Lehon: A Tribo do Escolhido e a Tribo dos Anciões. A Tribo do Escolhido era selvagem e obsoleta. Acreditavam que o líder deles (O Escolhido) era a salvação da raça Rakatana. Por outro lado, a Tribo dos Anciões eram inteligentes e racionais, além de civilizados. Tinham inúmeros arquivos sobre o Império Infinito e ampla tecnologia. Eles falaram que se matássemos a Tribo do Escolhido, eles nos dariam acesso ao Templo que desativava os escudos da Star Forge. Eles haviam tentado arranjar um meio pacífico com a Tribo do Escolhido, e enviaram diplomatas para negociar com eles, mas os mataram. Se escolhermos ajudar a Tribo dos Anciões (canônico e light side), extinguimos a Tribo do Escolhido e eles nos dão acesso ao Templo. Para que o templo fosse aberto, era preciso fazer um ritual para abrir sua porta. O ritual dizia que só um poderia adentrar no templo e os Rakatas achavam que tudo havia dado errado na galáxia porque, da última vez que estiveram lá, Revan e Malak haviam entrado juntos, quebrando o ritual. Porém, no meio do ritual, Juhani e Jolee dizem que iriam entrar junto com Revan, e após uma discussão com os Rakata, eles permitem.
O ritual termina e eles entram no Templo. Lá, eles encontram um computador central que desativava os escudos da Star Forge, e então Revan desativa. Quando eles estão saindo pelo terraço do Templo, se deparam com uma imagem chocante: Bastila, que naquele momento estava com um sabre vermelho e havia sido corrompida pelo Lado Sombrio (Malak ficou-a torturando até ela ceder). Nisso, os três entram em combate nela, e é nesse momento que escolhemos o final Light ou Dark Side da narrativa. O final Light Side é o canônico, então falarei dele primeiro: Revan decide que não cederá aos pedidos de Bastila para ele se tornar um Sith novamente, e então ela foge para a Star Forge. Revan, Jolee e Juhani voltam à Ebon Hawk; e Revan e Carth contactam a República, dando as coordenadas de onde estavam, chamando também a Ordem Jedi, assim se inicia a Batalha de Rakata Prime. República e Ordem Jedi vs Império Sith.
Revan e sua equipe decidem se infiltrar na Star Forge para deter Malak, enquanto a Batalha está rolando na órbita de Lehon.
Dentro da Star Forge, Bastila estava usando sua meditação de batalha a favor do Império Sith (A meditação de batalha consistia no usuário poder desanimar as tropas adversárias e motivar as tropas aliadas. Isso era totalmente decisivo nas batalhas). Revan acaba encontrando ela, e os dois entram em duelo. Quando o duelo acaba e Bastila perde, ela pede que ele a mate, mas ele confessa seu amor por ela e ela por ele (ao longo do jogo, um romance é desenvolvido entre Bastila e Revan). Ele a redime, e ela começa a usar sua meditação de batalha a favor da República e Ordem Jedi.
Revan se direciona até o observatório da Star Forge, onde enfim, ele enfrentaria seu antigo amigo, Malak. Os dois têm um rápido diálogo e começam a batalhar, na luta em que definiria o futuro da galáxia.
Revan acaba matando Malak, e ajoelhado, aos pés de Revan, ele se mostra emotivo em relação ao passado dos dois, perguntando-se se seria diferente caso ele tivesse a memória apagada ao invés de Revan. Malak então diz uma frase que é lembrada até hoje por muitos fãs: “Salvador, conquistador, herói, vilão…você é tudo Revan, e não é nada. No fim, você sempre estará sozinho… E eu, morrerei onde sempre quis: na escuridão.” e morre.
Após isso, Revan foge do observatório, junto com Bastila e Carth, dizendo que matou Malak, mas (canonicamente) diz que tentou redimi-lo, mas já era tarde para ele. Bastila diz que não sabia como alguém poderia achar que ele ainda tinha salvação; e fogem na Ebon enquanto a Star Forge começa a ser destruída. A Star Forge é destruída e a República e Ordem Jedi saem vitoriosos, com Revan matando Malak, destruindo a Star Forge, dando um fim ao Império Sith que ele mesmo havia começado e à Guerra Civil Jedi.
Após isso, tem início uma comemoração em Lehon, e Revan e sua equipe são premiados pelo Mestre Jedi do Conselho de Dantooine, Vandar Tokare (Da mesma raça de Yoda, que o ajudou no seu treinamento em Dantooine). Revan é consagrado Cavaleiro Jedi, salvador da galáxia e chamado de “O Cavaleiro Pródigo”. Pródigo é um termo que se refere a algo que renasce. Revan renasceu quando a Ordem Jedi e os Sith se revoltaram contra ele, cada um em seu devido tempo.
Assim então termina KOTOR I, um dos melhores jogos que já existiram, e o melhor de SW. Recomendo a todos que joguem, pois não irão se arrepender! Um jogo que prende o jogador a todo momento, e nos deixa mais ansiosos a cada minuto. Feliz aniversário, KOTOR I, e obrigado pela felicidade que trouxe a todos nós!
Final Dark Side: cedemos aos desejos de ir ao Lado Sombrio que Bastila nos oferece em Lehon, e então matamos Jolee. Juhani mata Malak e se auto-proclama o novo Lorde Sombrio dos Sith; com Bastila como sua aprendiz e esposa. Ainda bem que o final Light Side é o canônico!
Texto por: João “Revis” Pedro
Star Wars Storyteller

Vebis Jr

Professor/produtor/pesquisador/podcaster em Cinema. Velho anarco punk rocker! https://twitter.com/Vebisjunior