A série Andor, criada por Tony Gilroy, recebeu liberdade criativa rara dentro do universo Star Wars. Segundo o próprio showrunner, a Disney emendou apenas uma única mudança — e, convenhamos, foi a emblemática!
O que foi alterado?
Durante o ATX TV Festival, Gilroy revelou que Disney pediu que ele substituísse a fala da personagem Maarva Andor (Fiona Shaw) no final da primeira temporada. Inicialmente, ela dizia algo como:
“F* the Empire!**”
Depois da solicitação, a fala virou:
“Fight the Empire!”
Era a única intervenção da produtora no tom ou roteiro do show — e, segundo Gilroy, a versão final ficou “perfeitamente natural”.
Um investimento pesado com retorno garantido
Enquanto Gilroy negociava a segunda temporada, ouviu que a Disney estava mudando de postura em relação às produções de streaming:
“Streaming is dead, não temos mais o dinheiro que tínhamos antes”, teriam dito.
Mesmo assim, Andor foi produzido com orçamento altíssimo: cerca de US$ 650 milhões (R$ 3,3 bilhões) para duas temporadas, algo perto dos filmes como A Ascensão Skywalker. Apesar das restrições, Gilroy conta que não precisou fazer mudanças em sua visão — exceto pela já citada fala.
Liberdade criativa em uma galáxia de limites
- Sem microgestão: Gilroy destaca que nunca recebeu “notes” típicos — a maior parte de sua visão foi respeitada.
- Um orçamento consciente: mesmo com limitações, especialmente na S2, a Disney permitiu a série manter sua integridade.
- Contexto político: Gilroy explicou que o foco nunca foi criar propaganda, mas sim contar uma história de rebelião e complexidade moral — sem rótulos ideológicos.
A mudança de uma palavra — de “F***” para “Fight” — resume o equilíbrio entre ousadia e responsabilidade na criação de Andor. Foi a única palavra cortada, e isso diz muito sobre a confiança da Disney na visão de Tony Gilroy. Mesmo com um investimento titânico, Andor emergiu como um thriller político maduro, fiel à essência Star Wars, mas com sua própria identidade gritante.