“Ahsoka” – Episódios 1 e 2 | Resenha da nova série de Star Wars
“Ahsoka” finalmente chegou ao Disney+, logo com os dois primeiros episódios e de quebra mais cedo, ao invés das estreias semanais às quartas, receberemos os episódios às terças, às 22h.
Nessa estreia dupla com mais de 1h30min de conteúdo tivemos uma belíssima apresentação da série. Um início coeso, nostálgico e intenso, com um primeiro episódio mais calmo servindo como apresentação de personagens e enredo.
A série está servindo como uma continuação para a animação “Star Wars: Rebels”, mas fique tranquilo se ainda não assistiu, é possível entender tudo o que acontece. Até mesmo por isso um primeiro episódio mais longo, pois o público precisa entender quem são seus personagens mesmo se não tiverem a bagagem da animação, e “Ahsoka” faz muito bem isso.
PERSONAGENS
Os primeiros personagens apresentados são os antagonistas. Ao que tudo indica o grande vilão será o Grão-Almirante Thrawn, que ainda está desaparecido nas Regiões Desconhecidas, onde foi parar após a derrota do Império na Batalha de Lothal graças a um plano de Ezra, que também foi levado. Mas enquanto o azulão não aparece, conhecemos Baylan Skoll e Shin Hatti, um mestre e uma aprendiz. Baylan foi um Jedi que sobreviveu à Ordem 66, mas após a queda da Ordem Jedi seguiu a vida como mercenário, eventualmente tomando Hatti como aprendiz. Os dois foram contratados por Morgan Elsbeth, conhecida como A Magistrada, ela era aliada do Império e de Thrawn, além de ser uma Irmã da Noite.
O objetivo deles é claro: trazer o Grão-Almirante Thrawn de volta. Para isso eles possuem um mapa que leva à outra galáxia e aparentemente um meio de se chegar até lá através do Olho de Sion, uma estrutura que utiliza 9 motores de hiperdrive extremamente potentes. Não se sabe se é uma nave, ou o aro de hiperdrive como aqueles usados pelos caças na época das Guerras Clônicas ou alguma outra coisa completamente diferente.
Do lado dos mocinhos temos obviamente a personagem título, Ahsoka Tano, interpretada por Rosario Dawson com maestria, uma versão mais madura da personagem, mais experiente. Uma das coisas mais interessantes é a relação de Ahsoka com os outros personagens, como com Huyang, Sabine e Hera, mostrando o companheirismo dela com o droide, a difícil conexão com a ex-aprendiz e a confiança na amiga.
Sabine Wren teve sua aptidão à Força revelada na série, mas aparentemente tão leve que ninguém percebeu antes. Mas o treinamento dela com Ahsoka não terminou bem e elas se separaram. A mandaloriana ainda tem o desaparecimento de Ezra muito presente no coração e segue vivendo em Lothal.
Hera Syndulla se tornou uma General desde o fim de Rebels e trabalha com a Nova República no estabelecimento desse governo e erradicação total do Império. Ela retorna com Chopper, o droide “psicopata” dela.
ENREDO
Como mencionamos, “Ahsoka” traz uma história derivada de “Rebels”, quase como uma sequência. Não é necessário ter assistido a animação pois todas as informações vindas de lá são explicadas, e ao que vemos essa história se expandirá entre as outras séries live action da saga.
Após “The Mandalorian”, Ahsoka seguiu na busca pelo Grão-Almirante Thrawn e até mesmo encontrou o mapa para ele, mas na busca pelo modo de abri-lo, ela o perde (graças a Sabine) e Morgan Elsbeth consegue recuperá-lo. A série provavelmente seguirá nessa busca, mas não em sua totalidade, Thrawn deve voltar já num momento mais próximo e não no final. Com a grandeza desse vilão, é provável que ele seja uma ameaça para a galáxia em um nível maior do que apenas em “Ahsoka” e passe a atravessar essa barreira e chegue ao filme do Mandoverso dirigido por Dave Filoni.
Portanto, a busca de Ahsoka em impedir que Thrawn traga o Império de volta e encontrar Ezra pode se estender além desses oito episódios. Vale lembrar que na cronologia Legends, Thrawn retorna alguns anos após O Retorno de Jedi como o herdeiro do Império, título do primeiro livro da trilogia e pelo qual ele é reconhecido no trailer da série, e tem uma grande importância no fim absoluto do Império e seu remanescente, se em sua passagem pelo cânon as histórias sejam similares, ele ainda tem muito a oferecer.
“Ahsoka” trouxe um impecável início e uma promessa de qualidade até o fim. A trilha sonora de Kevin Kiner está presente por todo momento e sendo o compositor das trilhas das animações ele já tem experiência em trilhas de Star Wars e soube dar o tom perfeito às cenas. Atuações estão muito boas e aliadas à uma caracterização detalhada trazem os personagens da animação de forma fluida e muito satisfatória.
A direção do primeiro episódio é de Dave Filoni, o “pai” de Ahsoka e Rebels, em um episódio mais calmo e perfeito em apresentar seus personagens. O segundo é de Steph Green, que já esteve em Star Wars dirigindo o segundo episódio de O Livro de Boba Fett, ela também dirigirá o terceiro. Os outros episódios contam ainda com Peter Ramsey, Jennifer Getzinger, Geeta Patel e Rick Famuyiwa.
Esperamos ansiosamente pelos próximos episódios, agora um pouco mais cedo.