Os diretores de Star Wars gostam demais de Star Wars?
Uma das maiores mudanças na história de Star Wars aconteceu quando os fãs tomaram o controle. Não é assim que a história dirá, mas após a compra da franquia pela Disney foi a primeira vez que pessoas que cresceram amando os filmes finalmente tiveram a chance de fazê-los. Enquanto George Lucas estava no comando, pessoas como J. J. Abrams, Rian Johnson e Jon Favreau não tinham vez. No entanto, a partir da trilogia sequel, fãs produtores como eles agora comandavam a galáxia muito, muito distante.
A princípio isso parecia uma vitória óbvia. Quem melhor para fazer um ótimo filme de Star Wars do que um fã de Star Wars? Mas quase tudo que saiu desde essa época foi incrivelmente polarizado e um desses produtores acha que sabe o motivo.
“É bem fácil, (com) Star Wars, pessoas muito espertas perderem a mão. E estranhamente, parece que eles se importam muito”, Tony Gilroy, um dos arquitetos de Rogue One e o criador da nova série Andor disse à Rolling Stone. “Uma espécie de enjoo de altitude ou vertigem acontece, e eles perdem algumas habilidades naturais ou percepções pelo caminho. E foi útil, pelo menos em Rogue, ser super cínico e dizer ‘ei, por que estamos escolhendo morrer?’ Você realmente precisa se importar com as pessoas que vão se sacrificar se esse é o material cru, o motor da história.”.
Gilroy disse após Rogue One que ele não chegou à franquia amando o produto. Mas após o filme encontrar seu caminho, ele começou a ver seu potencial. Visto Andor ser uma série de Star Wars diferente de todas as outras séries de Star Wars por aí. Uma não ligada à Força, Jedi, Sith, sabres de luz ou conexões aos outros filmes e livros.
Mas Gilroy está certo? Produtores como Abrams, Johnson ou Favreau se importam demais? Eles certamente se importam. Isso é óbvio. A pergunta então é se essa paixão cega seu julgamento. Isso é muito mais difícil de se descobrir. No caso de Abrams em O Despertar da Força, o fato da estrutura do filme espelhar tanto Uma Nova Esperança pode ser visto como positivo ou negativo. Ele só estava fazendo o que sabia dar certo? Ou ele estava com muito medo de bagunçar a fórmula? Em Os Últimos Jedi, Johnson propositadamente mexeu com a fórmula e, como todos sabemos, ele não recebeu elogios universais. A maioria das pessoas ama o que Favreau fez com The Mandalorian, trazendo Dave Filoni e contando histórias originais usando personagens lendários e mitologia. Mas outros podem dizer que ele está muito dependente desses personagens e encolhendo o universo como resultado.
A maneira mais fácil de descobrir isso é se colocar no lugar desses produtores. A presidente da Lucasfilm Kathleen Kennedy acaba de te dizer para ir adiante e fazer um filme de Star Wars. Você força a barra e tenta algo novo? Ou faz algo que será fácil e funciona? Forçar a barra é o que faz Star Wars funcionar? De qualquer forma, se der certo, você pode esperar a glória eterna e adoração. Se falhar, será exatamente o oposto. E, francamente, ambos acontecerão simultaneamente porque os fãs de Star Wars são incrivelmente diferentes. É uma situação única que é tanto invejável quanto totalmente aterrorizante.
Gilroy, por outro lado, parece desconsiderar tudo isso. Com Rogue One, e agora Andor, ele está tentando chegar na franquia com personagens e uma base de história puros. Mas, como resultado, isso significa que o projeto dele não têm aquela magia intangível que faz Star Wars, “Star Wars“? Agora você pode descobrir, Andor acabou de estrear e você pode ler mais dessa entrevista na Rolling Stone.
Andor está disponível na Disney+ com episódios novos às quartas.
Matéria traduzida do Gizmodo.