Dossiê | Rey Skywalker em Os Últimos Jedi – Apêndice II: Por que revelar ReySky no Episódio IX ainda seria emocionante
Este é um apêndice do dossiê que prova que a teoria Rey Skywalker ainda está viva. Você não precisa desse post para falar sobre ReySky no filme, mas é um complemento que ajuda a demonstrar que ainda é possível.
Para os que esperavam que Rey seria revelada como uma Skywalker no Episódio VIII, a promessa de uma revelação surpresa no Episódio IX parece não fazer sentido. Pra quê ela ser uma Skywalker agora? Luke morreu, então como isso ainda seria emocionante? (Não se esqueça que se Yoda consegue bater na cabeça de Luke com a bengala sendo um fantasma da Força, nada impede um abraço entre Luke e Rey, certo?). E, acima de tudo, como a mensagem de Rey ser especial por ela mesma, tão aclamada pelos fãs que nos criticam, ainda pode ser usada?
Possivelmente, a maior falha que a trilogia poderia cair era dar a impressão de que Rey está fazendo um papel “obrigatório” na história, ao invés de ser ela mesma em sua própria jornada. A revelando como uma Skywalker no começo ou no meio da história, ela essencialmente se torna uma reflexão de Luke – olha, outra Skywalker fazendo as coisas como seu pai! Aí está, a heroína Skywalker da trilogia! Mas muito além disso, Rian está certo ao dizer que encontrar quem sua família é teria dado a ela respostas fáceis e cortar muito da tensão no conflito interno dela. Sim, claro, sua família é disfuncional, mas agora você sabe que tem uma, e que você tem um “lugar” na história, tudo o que resta é derrotar o vilão e salvar o dia. Fazendo do modo correto, é claro, isso também seria muito emocionante, mas fazê-la pensar que é uma “ninguém”, como Rian diz, pra forçá-la a decidir que ninguém pode dizer a ela quem ela é e qual é o seu valor – que ela tem o direito de ser a heroína de sua história e não importa de onde ela veio.
Eu vejo a identidade Skywalker como Dorothy em O Mágico de Oz. Dorothy tinha o poder de alcançar seu objetivo – voltar para Kansas – desde o momento em que ela começou a trilhar o caminho de lajotas amarelas. Mas, como Glinda diz, se ela simplesmente dissesse a Dorothy que ela tinha esse poder, Dorothy não teria acreditado em si mesma ao ponto de realmente ter esse poder. Ela teve que descobrir esse poder nela mesma primeiro. Sim, Rey sendo uma Skywalker é necessário para satisfatoriamente concluir os arcos temáticos e narrativos da saga, mesmo que ela sendo uma “ninguém” possa supostamente funcionar na trilogia. Mas, ao fazer Rey se tornar uma heroína pensando que ela não tem direito a esse título, damos a ela uma história que é inteiramente dela, e que traz paralelos à história de seu pai sem estar simplesmente imitando.
A história de Rey é a de uma garota que tem um poder incrível, mas que acha que não é digna de usá-lo pois está esperando que alguém a mostre que esse é o lugar dela. Então, ela precisa descobrir, por ela mesma, que ela é digna de ser uma heroína simplesmente por que ela é boa e forte, não porque ela tem um “lugar determinado na história” dado pela sua família. Então, ela descobrindo ser uma Skywalker se torna uma recompensa no final da história, ao invés de ser um fator definidor no seu arco, fazendo com que a mensagem de que “heróis podem vir de qualquer lugar” coexista pacificamente com o tema principal da saga que é, antes de tudo, sobre família.