Resenha | Vamos Com Calma – Star Wars TFA Adaptation
Depois de 6 meses de sua estreia, Star Wars: The Force Awakens está de volta! Mas dessa vez ele não traz J.J Abrams na direção. Este mês tivemos à estreia da primeira edição da adaptação do filme que acalentou nossos corações amantes de Star Wars. A HQ não era muito esperada, até os fãs não mostravam grande expectativa, e isso é totalmente justificável.
Nós, amantes da Saga, não estamos ansiosos para ver uma nova leitura da história que já foi contada, estamos ansiosos para ver a história fluir e seguir em frente. Todos estamos contando os 538 dias que faltam para à estreia do Episódio VIII. Então, por esse motivo, não se teve grandes esperas por essa HQ.
O quadrinho chega as bancas dos EUA com essa desvantagem, porém ele também possui uma grande vantagem. A história já foi contada, então o autor Chuck Wendig e o desenhista Luke Ross só precisam ter a habilidade de mostrar outras perspectivas da trama que vimos e amamos nas telonas.
MAS, nem tudo são flores. A primeira edição nos mostra uma rápida e direta passagem pelo primeiro ato do filme. Os fãs, e aqueles que assistiram o longa previamente, não terão problemas para entender o que está acontecendo. Todavia, se você ainda não viu o filme, o que acho muito difícil se tratando de leitores amantes da Saga, você não vai entender o que se passa na curta primeira edição.
Não há nada de novo, Poe capturado, Finn o ajuda, a nave cai enquanto Rey acolhe BB8. Nada foi adicionado a fórmula secreta de Star Wars, muito pelo contrário, a HQ tira fatos importantes, tanto do filme como da história geral da nova trilogia. Ela simplesmente deixa de lado à cena que Poe Dameron conversa com Lor San Tekka, e já começa com o profeta ancião da força morto no chão.
Com a intenção de contar uma história de forma mais dinâmica e manter a atenção do leitor a narrativa ganha um ritmo FRENÉTICO. O resultado é; vários momentos importantes da trama não são contados, ou passam batidos na pressa do autor.
Um dos momentos mais marcantes de Finn, que ainda era FN2187, é quando ele está em conflito, vendo todos os aldeões morrerem. Esse fato é simplesmente cortado da trama, e vemos apenas pinceladas do momento em que ele abaixa o blaster e se recusa a matar os indefesos habitantes do vilarejo.
A compaixão de Rey é mostrada muito porcamente. Um dos momentos mais significativos do arco de histórias da personagem é colocado como mero detalhe na trama. Quando a catadora de lixo mostra que toda a vida é importante e não entrega BB8 a Unkar Plutt.
O novel de Alan Dean Foster, que também é uma adaptação da obra. Nos dá uma nova visão, mostrando pensamentos e cenas que não vimos no filme e experienciamos ao lermos o livro. Já no quadrinho, não há nenhum afeto com os personagens. Se o leitor não conhecesse Finn, Rey, BB8 e Poe antes de começar a ler a HQ ele mal lembraria dos nomes deles no final da edição.
Todas essas falhas me surpreenderam, o roteiro esta nas mãos de Chuck Wendig, que mesmo você não gostando de Aftermath como eu, temos que admitir que o autor sabe se aprofundar em uma história de Star Wars. A arte de Luke Ross, mesmo possuindo paginas e painéis muito, muito parecidos, não está ruim.
A conclusão que chego no final é; A Marvel tem errado de mais, e acertados de menos nos quadrinhos que vem publicando sobre Star Wars. Para ser sincero, as únicas HQs que realmente gosto são, Chewbacca e a Saga Jorney to Star Wars TFA. De resto, nada me agrada. Até a elogiada primeira edição de Poe Dameron foi por água a baixo em sua terceira história.
Star Wars – The Force Awakens Adaptation só mostra o que está acontecendo a muito tempo. A Marvel pega excelentes personagens e histórias e, com sua ânsia por tornar tudo mais dinâmico, dramático e cheio de ação, estraga e nos entrega um péssimo material. Vamos com calma Marvel, Star Wars deve ser tratado com respeito.