Resenha | Seguir em frente – Han Solo, A Armadilha do Paraiso
É preciso desmistificar heróis? Essa é a pergunta que me fiz antes de ler Han Solo – A Armadilha do Paraíso.
Felizmente o livro não responde essa pergunta. O primeiro livro da trilogia do Caçador de Recompensa mais querido da galáxia não se preocupa em justificar Han, se preocupa em contar uma história.
No livro de A. C. Crispin vemos Han Solo, que ainda não é Solo, passar pela infância e até por uma parte da adolescência. Por se passar nessa fase da vida de Solo o livro causa um estranhamento no leitor nas suas primeiras páginas.
Estamos acostumado a ver O CAÇADOR de recompensas. Mas o novel não nos apresenta isso, muito pelo contrário, ele apresenta um adolescente/menino, que tem suas muitas inseguranças. É estranho ver Solo sofrendo por amor e até chorando. Se pararmos pra pensar, Han nunca se mostrou frágil durante toda a saga, e ele passou por maus bocados!
O livro é um pouco previsível em sua trama, se analisarmos bem, seu título “A Armadilha do Paraíso” já nos conta uma boa parte da história.
Porém, por mais que o novel seja um pouco previsível, vemos relações muito bacanas no livro. O que mais me fisgou em toda a trama foi ver o quão “gente boa” é Han Solo. O menino conquista todos com quem se relaciona, é como se ele tivesse um imã que atrai as pessoas!
Isso justifica muita das coisas mostradas nos filmes. Se pensarmos, Han se fez querido de todas as pessoas, e alienígenas, que cruzaram seu caminho, até Jabba, o Hutt gostava do “melhor de todos”.
“Eu tenho um mau pressentimento sobre isso” essa é a frase que aparece em todos os filmes de Star Wars, porém, aqui Crispin EXAGERA na medida. O pressentimento aparece tanto, que no final do livro você está realmente ficando com um mau pressentimento sobre essa sentença.
Mas apesar de exagerar nessa frase, o livro exagera também em como definir bem Han Solo. A definição que mais gostei foi a que Sera Taharen deu para o contrabandista;
“ Você não se rasga todo por causa da injustiça, da corrupção e dos malfeitos. Você aceita as coisas como elas são e descobre um jeito de contorná-las.”
A definição da menina me lembrou muito o clássico discurso do cinema de Rocky: “Não é o quanto você consegue bater, mas sim o quanto você consegue apanhar e continuar seguindo em frente.” Não é exatamente isso que vemos Han Solo fazer em toda a saga de Star Wars? Não importa a situação que a vida dá a ele, o personagem sempre consegue seguir em frente.
O Novel não tem grandes “highlights”, ele começa com tudo! Porém, dá uma boa descabelada, e volta a andar mais rápido nos seus últimos capítulos.
Por mais que ele seja o primeiro de uma trilogia, o livro se basta por si só. É claro que ele deixa um ótimo gostinho de quero mais no final, porém, sua historia tem começo, meio e fim.
Já é sabido que, em 2018, teremos um filme que contará um pouco da história de Han. Eu espero, com toda a “FORCA”, que o filme imite o livro, e não tente justificar uma lenda.