Episódio III - A Vingança dos SithResenha | FilmesResenhas

Resenha | A Vingança dos Sith

Em 2005, chegava ao fim a saga Star Wars (ao menos era o que achávamos… até 2012), com o lançamento de A Vingança dos Sith, o terceiro filme da intitulada “trilogia prequela”. Trilogia esta, que sofreu (e ainda sofre) com críticas em relação à qualidade das atuações, dos roteiros e dos efeitos especiais.

Vingança não escapa desse mar de críticas. O filme, que foi sucesso de publico e bilheteria, também sofre com erros de George Lucas. Mas não, não pense que sou um hater. episódio III é o meu filme favorito junto com O Império Contra-ataca, mas sei reconhecer o que há de errado e certo no filme.

Vamos à história.

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A Vingança dos Sith mostra o fim da Republica, da Ordem Jedi e dos dias de um bom Anakin Skywalker. O filme começa com uma espetacular batalha sobre Coruscant, (momento que foi introduzido na lendária série 2D Clone Wars de Gendy Tartakovsky), com direito a megalomanias que não podiam ficar de fora. O propósito dessa batalha é resgatar o Chanceler Palpatine, que foi raptado por General Grievous, o temível ciborgue matador de Jedi.

Após aventuras no espaço, é hora de entrar abordo da nave e lá, os cavaleiros Jedi Anakin Skywalker e Obi-Wan Kenobi enfrentam (pela enésima vez, se contar com e série The Clone Wars) o Líder Separatista Conde Dookan. Se já jogaram em nossa cara uma impressionante batalha espacial, somos presentados com um lindo duelo de sabres de luz que decidiria “nas entrelinhas” quem ficaria com a vaga de Aprendiz Sith.

É claro que Dookan, interpretado por Christopher Lee (que descanse em paz), não ganharia este duelo. Após 4 falas e poucos minutos, o Conde é derrotado brutalmente pelo jovem Skywalker.

Depois, não acontece tanta coisa abordo da nave, além do primeiro encontro entre Anakin e Grievous (evitaram eles se encontrarem em TCW) e, é claro, mais um grande momento do filme: a aterrissagem de metade de um cruzador separatista em Coruscant.

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Uma coisa engraçada: Já vi algumas pessoas falando que nunca mostraram por que Ani era considerado o melhor piloto da galáxia. Ora bolas, ser o único humano a vencer o Boonta Eve, destruir uma nave separatista com 9 anos, pousar metade de uma nave num planeta não é ser um bom piloto? Acho que o Porkins que é o melhor piloto da galáxia…

Detalhes à parte, após um blá blá blá de momentos políticos, Anakin e Padme se reencontram às escondidas, e é revelado que ela esta grávida.

Star Wars sempre foi sobre amor, família, a dor das perdas e alegria. A Vingança dos Sith não foge disso, com exceção da alegria. É um filme denso. Anakin viu sua mãe morrer em seus braços após ter visões de sua morte. E a mesma coisa estava começando a acontecer, desta vez com o amor de sua vida. Temendo deixar isso acontecer de novo, Anakin entra em desespero, mas calado devido ao seu juramento Jedi. Começa uma repressão interna entre o que ele é e o que ele quer.

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Muitos criticam a personalidade de Anakin, julgando a interpretação do ator. Mas eu acho ela bem colocada, uma vez que Skywalker sempre foi um cara problemático. Nasceu sem pai e era escravo, viu-se sair daquela realidade e realizar seu sonho de ser um Jedi, mas não viu um mar de rosas.  Era uma figura precoce para as convenções jedi e seus protocolos comportamentais. A imperfeição do herói (segundo Campbell).

O Conselho Jedi não confiava nele, e a recíproca era verdadeira. Claro, Anakin viu sua padawan ser chutada da Ordem por causa da arrogância do Conselho, e cada vez mais se sentia excluído do circulo onde vivia.

E mente fraca do jeito que era (ou sua confusão junto à sua limitação), se deixou cair na graça da falsa proteção de Palpatine, que alimentava a discórdia entre Anakin e o Conselho.

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Temos agora a incrível cena do Teatro futurista que assistem e onde é revelada numa conversa a tragédia de Darth Plagueis o Sábio, com excelentes interpretações dos atores. Será Anakin um fruto de manipulações e experimentos sombrios?

Palpatine entrega a localização de Grievous a Anakin, e sua morte seria um passo à frente ao fim da guerra. Ele requisita a nomeação de Anakin  ao Conselho e que ele lidere a campanha para destruir o ciborgue.

O Conselho aceita Anakin como membro, mas não o nomeia Mestre Jedi. E não o enviam para Utapau.

Pequena explicação: Muitos acham que é uma contradição, uma vez que Anakin teve uma aprendiz na série TCW. Não, não é uma contradição, pois Mestre Jedi era um título apenas para os membros do Conselho, e qualquer Cavaleiro Jedi podia ter um padawan, criando uma relação de mestre/aprendiz.

Retornando, é incrível como Mace Windu é um  imbecil, perdão pela palavra. O Mestre Jedi é um dos principais culpados pela queda de Anakin. O mais poderoso dos jedi nunca foi com a cara dele e sempre vetava suas ações. Além, é claro, de ser um dos expulsores de Ahsoka Tano da Ordem Jedi.

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O medo estava consumindo Anakin, e ao ver que a “única” salvação para Padmé seria morta ali em sua frente, ele deixou ser consumido e inutilizou o mais poderoso jedi de forma covarde, deixando o mais poderoso jedi exposto ao maior inimigo que em seguida o eletrocutou e lançou para o além dos prédios de Coruscant.

Estava nascido Darth Vader, mas todos nós sabíamos que era apenas uma questão de tempo, não pela trilogia clássica, mas pela morte de Dookan pelas mãos de Anakin.

E agora o filme começa a ganhar um ar sombrio nunca antes visto na saga. Ao contrário dos outros filmes, esse não aceita a alegria como um elemento da narrativa.

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A Ordem 66 foi acionada, e na época do lançamento do Episódio III gerou uma certa discórdia sobre o motivo dos clones terem traído seus colegas Jedi. Mais uma vez, The Clone Wars ajuda a entender algo aberto das prequelas, explicando que os clones tinham chips para executar a Ordem sem nenhuma desobediência.

O terceiro ato do filme traz as cenas mais emocionantes desta trilogia de Star Wars, os Jedi são assassinados um por um pelos homens com os quais lutaram por três anos. E ainda mais, Anakin (ou Darth Vader) assassinando younglings. George Lucas mostrou por que o filme se chama A Vingança dos Sith.

E, finalmente, chegamos aos incríveis duelos finais do filme. Em Coruscant, Yoda e Darth Sidious se enfrentam no Senado, enquanto Anakin e Obi-Wan lutam em Mustafar.

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São lutas lindas e fenomenais pelo alto grau da coreografia. Ver os 4 seres mais poderosos duelando é algo brilhante. Yoda versus Palpatine é motivo para mostrar como os mestres usam a Força. Yoda teria tudo para ganhar, mas acabou caindo e não tinha mais o terreno alto. Seria um ato insano tentar retornar ao combate.

Em Mustafar, Mestre e Aprendiz lutam sobre a lava. A luta é regada com emoção (e mais lava) e é um espetáculo visual. Obi-Wan acaba derrotando seu antigo pupilo, cortando-lhe as pernas e braço esquerdo.

Anakin, que tinha sido tomado pelo ódio, foi levado à raiva suprema. E seu ódio o tornou cego e contribuiu para sua derrota, suas perdas e seus danos. Agora só lhe restava sofrimento.

E nascem os gêmeos e Darth Vader, o ciborgue frio e calculista que vive com sede de vingança. O escolhido jogou a força nas trevas.

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Mais cedo na resenha, falei que o filme sofre com escolhas erradas de Lucas. O diálogo é uma delas. Certas cenas são muito mal escritas e somos “presenteados” com frases do tipo “No meu ponto se vista, os Jedi que são maus” ou “Abrace-me como me abraçou no lago de Naboo”. É algo que me deixa chateado, pois acredito que George poderia ter chamado um roteirista para ajudá-lo a polir o roteiro, se é que queria frases de efeito.

As atuações do filme são boas. Ian McDiarmid, como sempre, é dono da melhor atuação como o temível Palpatine. Ewan McGregor também não deixa dever no campo da atuação, embora ele, além dos outros atores, seja prejudicado com o excesso de personagens em CGI, algo que o ator reclamava muito em várias cenas de making of.

E, assim, chegava o momento de enclausurar a antiga forma humana para a forma plena de como conhecemos um dos maiores vilões da história do cinema: com sua imagem emblemática, seu som contínuo da respiração e a voz de James Earl Jones. Ali estava o vilão em seu eterno trono de sofrimento.

Star Wars, A Vingança dos Sith poderia ser melhor? Talvez, mas até chegarmos a questionar isso, ainda estamos engasgados com uma imensa carga emocional e sombria.

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Ao final do filme, ficamos com a certeza de que uma nova esperança iria surgir ao observar Owen e Beru contemplando os dois sois de Tatooine…

Paulo Rabelo

Aracajuano, fã de Star Wars desde quando assistia The Clone Wars na Globo. Um dos fundadores da Sociedade Jedi, trago notícias, curiosidades e resenhas sobre a nossa amada saga.