Resenha – Star Wars: Um Novo Amanhecer
Na última semana foi lançado pela editora Aleph o primeiro livro da nova cronologia de Star Wars, Um Novo Amanhecer – ou em inglês A New Dawn (LucasBooks – 2014). Apesar do título do livro ser muito similar ao primeiro filme lançado nos cinemas em 1977 (Uma Nova Esperança ou A New Hope, em inglês) ou ser o mesmo dos primeiros rumores lançados na internet sobre o possível título do Episódio VII, existe uma razão muito clara na intenção desse título em especial. Não se refere apenas a história, mas é possível traçar um paralelo de “um novo amanhecer” em que marca o início de uma nova direção tomada para os rumos de Star Wars.
Escrito por John Jackson Miller, autor do livro “Kenobi”(Legends) e que também já se encontra há alguns meses nas livrarias, também publicado pela editora Aleph, Um Novo Amanhecer nos introduz a Kanan e Hera, dois personagens que tempos depois irão liderar o pequeno grupo rebelde da série animada “Rebels”(Disney XD). A história se passa dez anos após A Vingança dos Sith e cinco anos antes de Rebels. Temos então a introdução de Kanan, um homem que vive de forma evasiva, sobrevivendo através de pequenos trabalhos aqui e ali. O grande segredo de Kanan é que antes da Ordem 66 ele era um Jedi, ou pelo menos um padawan. Desde o fatídico dia em que Palpatine ordenou os clone assassinarem os Jedi, Kanan vive fugindo, tentando se esconder (e isso inclui suprimir sua conexão com a Força).
O grande problema acontece quando Kanan acaba se encontrando no meio de uma situação delicada no planeta Gorse – que é fonte de um material importantíssimo na construção dos Star Destroyers – onde o imperial Conde Vidian desembarca com o objetivo de aumentar drasticamente a produção do material para a construção das naves imperiais. Kanan, para tentar passar novamente despercebido pelo império, acaba se envolvendo com um pequeno grupo composto por um veterano das Guerras Clônicas e, claro, Hera. Mas para o azar de Kanan, esse grupo tem algumas tendências… rebeldes para com o Império.
Um Novo Amanhecer possui uma narrativa interessante e se você, leitor desta resenha, já tiver lido Kenobi saberá que o estilo de Miller está presente. Com um início um pouco mais lento, o enredo é pequeno, se pensarmos que fica preso apenas ao planeta Gorse e sua lua, mas é o suficiente para nos mostrar como o Império se porta nos locais mais remotos da galáxia, onde precisa dos suprimentos para sua armada. Um dos pontos interessantes é a curva de desenvolvimento da história que vai melhorando a cada nova página para chegar a um final eletrizante e, porque não, sufocante (os capítulos finais são de tirar o fôlego). outro ponto interessante na história é o trabalho em equipe, pois à medida em que a história vai se desenvolvendo podemos começar a perceber uma ligação maior entre Kanan e Hera, que estreitam o laço de amizade para o que vem a ser uma parceria que conhecemos em Rebels, e tudo isso sem forçar a barra pois as situações que surgem ao longo da história fazem a cooperação entre os personagens ter sentido.
Um dos maiores questionamentos dos fãs de Star Wars de quando a Disney adquiriu a Lucasfilm foi em relação a como as histórias seriam tratadas, no sentido de uma infantilização das aventuras numa galáxia muito, muito distante. De fato, o receio continuou quando começamos a ver as primeiras imagens da série Rebels, mas o que se vê em Um Novo Amanhecer é totalmente o oposto. Todos os elementos de uma clássica história de Star Wars estão ali – aventura, ação, planos mirabolantes e batalhas espaciais – mas a história é tratada com um ótimo tom “adulto”. Miller sabe muito bem como contar uma história, sempre bem amarrada do início ao fim.
O vilão da história, Conde Vidian, possui um arquétipo interessante também para se analisar. Sendo um Ciborgue (o livro o descreve como um ciborgue que anteriormente quase morreu de uma doença e foi reconstruído como um ser fisicamente forte e assustador que vê tudo através de uma mente extremamente focada). Infelizmente não existem (pelo menos ainda) outras histórias com Vidian, e seu visual fica preso a nossa imaginação. Seria muito bom vê-lo em outras histórias (como HQs ou jogos) que possam retratar seu visual assustador e até para desenvolver mais seu personagem que é interessantíssimo, um misto de perverso, vingativo, rancoroso com uma pitada de Darth Vader.
Ao final da leitura temos a sensação que um novo dia amanheceu para Star Wars e este dia, bem como os demais, serão maravilhosos. O livro é excelente para antigos fãs, que esperam uma história recheada de novas intrigas e aventuras assim como é excelente para jovens fãs que estão conhecendo agora o universo criado por George Lucas, pois apresenta uma história bem situada com um começo meio e fim, sem necessidade de uma bagagem anterior. Para quem está curioso em relação à ligação com a série animada Rebels, não temos muitos elementos que liguem estes dois materiais além da parceria criada entre Kanan e Hera. Os demais integrantes do grupo a série (Zeb, Sabine e Chopper) não são apresentados aqui, o que deixa uma lacuna aberta para mais histórias entre Um Novo Amanhecer e Rebels.
E você caro leitor, já teve a oportunidade de ler o primeiro livro do novo canon? Qual sua opinião sobre a história e seus personagens? Não deixe de comentar!